Intercâmbio Brasil: Americano que fez intercâmbio em Maringá bomba na internet

sábado, 25 de dezembro de 2010

Americano que fez intercâmbio em Maringá bomba na internet

Mais de 600 mil acessos em seu canal no Youtube, com o número de visitas por dia crescendo. O estudante norte-americano Derick Ledermann, 18 anos, é o novo exemplo de celebridade instantânea que surge na Internet – até aí, tudo bem, aparece um desses por semana.

A diferença é que a estrela virtual da vez tem tudo a ver com Maringá e faz vídeos em bom português, ainda que com o inconfundível acento dos nossos colegas ianques quando tentam se arriscar na língua de Camões.

Divulgação/Acervo Pessoal

Derick tem senso de humor refinado e brinca como ninguém

com as boas coisas do dia a dia. Relata com humor as

passagens que teve na cidade e faz comparações

com a vida nos EUA

Derick, que vive em Crystal Lake, pequena cidade nos arredores de Chicago, esteve em Maringá entre agosto do ano passado e junho deste ano. Nos dez meses em que esteve na cidade, divertiu-se como nunca com o jeito brasileiro de ser. "Vir ao Brasil foi a melhor escolha para mim e para a minha personalidade", conta o rapaz, em entrevista exclusiva a O Diário.

Mais do que com o nosso país, de modo geral, Derick se encantou com Maringá, destacando a excelente relação que teve com suas "famílias" na cidade (grupos que recebem os intercambistas), os amigos conquistados e os passeios noturnos, que não faziam parte de sua rotina norte-americana.

"Saía à noite para dançar e me divertir em vários bares e boates, ficava conversando com meus amigos em frente à Praça da Catedral, mesmo sabendo que era um pouco perigoso", conta, entre risos.

De volta aos Estados Unidos, teve a ideia de fazer um videolog com vídeos que contassem suas histórias no Brasil. Em inglês, no entanto, já havia muitos canais no Youtube, "seria difícil ser famoso".

Sua sacada, então, foi se comunicar em Português, tentando chamar a atenção do país que havia acabado de deixar. Afinal, ele sempre havia sido considerado uma pessoa engraçada. Derick tinha esperanças, mas o retorno foi muito maior do que o imaginado. "Nunca pensei que viraria o sucesso que é."

A facilidade para tiradas humorísticas, o cômico sotaque gringo e, principalmente, a irreverência e a falta de medo de entrar em polêmicas explicam o sucesso do garoto.

Derick atira para todos os lados. Em seus vídeos, conta com naturalidade dos porres que tomou em Maringá, das trapalhadas como estudante estrangeiro no Brasil e debocha dos estereótipos norte-americanos.

Frases como "isso é o intercâmbio: uma grande bebida" e "vocês conhecem pessoas que tomam dois goles e ficam retardadas? Meus amigos dos Estados Unidos são assim" passaram a ser reproduzidas nas mais várias redes sociais da Internet.

Apenas o vídeo em que fala de seu constrangimento quando sua mãe pergunta o significado das letras do funk carioca tem sozinho mais de 200 mil acessos no You Tube.

Com toda a repercussão sobre os relatos engraçados das festanças maringaenses, Derick se mostra preocupado com sua imagem, fazendo questão de afirmar que os vídeos são brincadeiras. "Não quero que as pessoas pensem que fiquei bêbado todas as noites.

Credito

Derick curtiu o Brasil. Olha ele em Foz do Iguaçu

A gente saía para curtir, não para ficar bêbado e vomitar, entende?" Vendo suas postagens se percebe uma mistura de posições progressistas e conservadoras: logo depois de condenar veementemente a glorificação da maconha, em seu mais recente vídeo aparece com seu namorado, se assumindo homossexual.

Como postura comum, sempre uma grande dose de coragem, que o levou a ser popular num país em que é fácil verificar tendências anti-americanas e homofóbicas – ainda que seu primeiro beijo em um garoto tenha sido em Maringá.

Claro que também contribui para sua aceitação seus impressionantes esforços no Português, língua difícil, em que Derick mostra domínio de fazer inveja a muito brasileiro por aí. É fácil perceber seu carinho pelo nosso país e por Maringá. "Os americanos não são todos assim" é um de seus bordões mais verdadeiros.