O curioso nisso tudo é a mudança de perfil dos países para onde estes jovens estão viajando para trabalhar. Os tão concorridos Estados Unidos e Europa estão caindo no senso comum. O espaço agora é preenchido por jovens que querem exercer alguma atividade na Ásia, principalmente China e Índia, América Latina e África. “A nossa geração está muito conectada com o mundo. Os jovens estão procurando o diferente e o diversificado, eles querem ir a lugares que pessoas como eles nunca foram”, afirma Larissa Holanda, presidente da Aiesec (Association Internationale des Etudiants en Sciences Economiques et Commerciales) Fortaleza. Segundo Holanda, os jovens querem algo diferente, uma experiência baseada em conceitos que envolvem liderança e atividades sociais.
“Os jovens estão cada vez mais preocupados em gerar impactos positivos na sociedade. Tudo isso através do seu desenvolvimento pessoal e profissional, bem como a necessidade de se desafiar, de vivenciar e conviver com novas culturas”, afirma Washington Alves, assistente de Comunicação da Aiesec. De acordo com ele, isso é reflexo de uma mudança de comportamento influenciada pelos temas globais, como sustentabilidade, internet e empreendedorismo.
Oportunidades de trabalho
Lucas Stellin, coordenador de Intercâmbio para Organizações da Aiesec, diz que hoje o foco em Fortaleza (CE) é a área de Tecnologia da Informação (TI) por conta da carência de profissionais especializados. Isso significa que muitos estudantes que vão para o exterior trabalham nesta área e retornam para o Ceará com uma bagagem de conhecimento muito maior.É o caso do estudante de Computação, Paulo Renner. Ele trabalhou numa empresa de programação web na Malásia e foi responsável por uma equipe de desenvolvedores. “Vivi a maior experiência intercultural e de desenvolvimento pessoal da minha vida, pois estava em um país muçulmano composto por três diferentes raças”, completa Renner, de 25 anos.
Neste diferencial de mercado, a estudante de Letras, Eduarda Gonçalves (foto), encontrou na Ucrânia a oportunidade que desejava. Ela está realizando o Projeto World Without Borders. “Meu trabalho é falar do Brasil para os alunos, inserindo discussões sobre educação, saúde, preconceito etc”, complementa. Ela está liderando o projeto depois que participou de semelhante em Fortaleza.
As empresas
A receptividade das empresas cearenses com estudantes que realizam intercâmbio profissional é cada vez melhor. Os empresários começam a entender que experiências em outros países podem trazer benefícios recíprocos.
Para formalizar parcerias, a Aiesec visita empresas para oferecer um intercambista profissional. O processo ocorre em todo o mundo da mesma forma. A instituição dá acesso à empresa um estudante ou um recém graduado de outro país. O objetivo, de acordo com Stellin, é fomentar algumas carências do mercado local e desenvolver mais ainda empresas que já firmaram alguma parceria. Ele diz que normalmente há uma boa receptividade de organizações que estão em fase de internacionalização ou que têm algum contato com o mercado exterior.
Metas
De acordo com Washington Alves, a meta para 2011 é enviar para o exterior cerca de 90 pessoas a partir da filial Fortaleza. E receber na capital, 112 estrangeiros.
Estudantes atentos
As principais áreas para estudantes e recém graduados são TI, Marketing, Comércio Exterior, Vendas, Gestão e de Educação (Letras e Pedagogia). A Aiesec afirma que pode surgir vaga em qualquer área e o estudante não necessariamente vai trabalhar numa corporação, podendo ele optar por um trabalho social em escolas ou ONGs.
Para conferir os programas de intercâmbio profissional, processo seletivo para se tornar membro e outras informações, acesse: http://www.aiesec.org.br/site/escritorio/fortaleza/
No Nordeste, a Aiesec está presente em Salvador (BA), Recife (PE) e Fortaleza (CE). A direção da instituição no Ceará afirma que está havendo negociações para se abrir uma nova filial, dessa vez em São Luís (MA).
Fonte: http://www.investne.com.br/Destaques/jovens-mudam-perfil-de-intercambios-profissionais
