sábado, 19 de maio de 2012

Intercâmbio pode virar pesadelo sem Planejamento!

Intercambistas de SP encontraram problemas de trabalho e moradia.
Diretor do Procon dá dicas para evitar situações parecidas. 

Morar em um país estranho, com pessoas desconhecidas e de culturas diferentes. A tarefa já não seria fácil se tudo saísse conforme o planejado. Quando surgem os problemas, então, o sonho do intercâmbio pode se transformar em pesadelo. Foi o que aconteceu com dois jovens do interior de São Paulo.

Em 2006, o administrador Diego Melhado e mais três amigos partiram para um programa de "Work & Travel" nos Estados Unidos esperando trabalhar em atendimento ao público, mas, quando chegaram ao local, descobriram que o emprego não estava acertado. "A pessoa que nos recebeu disse que estava esperando apenas dois brasileiros, e não quatro", conta.

Tentando resolver o problema, o agente dividiu o grupo em dois e enviou os rapazes para cidades diferentes. Diego e um amigo foram levados para trabalhar na produção de uma estamparia. "Nos colocaram para lavar telas usadas para estampar camisetas. Não recebi nenhum tipo de proteção, como luvas ou máscaras, e as roupas que eu usei tiveram que ir para o lixo", relata Diego.

Os rapazes viram a função como trabalho escravo e se recusaram a voltar no dia seguinte. "Não foi para isso que nós viajamos. Nós fomos para lá para trabalhar com o público e aprender inglês", diz o administrador. Segundo ele, a maior parte dos funcionários da estamparia era de origem latina e mal conhecia a língua falada no país.

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Após três dias, os intercambistas reencontraram os outros dois brasileiros que haviam sido enviados para outra cidade e, juntos, resolveram procurar emprego por conta própria. "Tentamos ligar para a agência no Brasil, mas ninguém nos deu suporte", afirma. Depois de um mês sem fazer nada, os quatro jovens conseguiram trabalho em restaurantes próximos ao apartamento que dividiam, em Hollywood Beach, e permaneceram assim até o término previsto para o programa.

MoradiaA falta de emprego não foi o único imprevisto que os rapazes precisaram enfrentar. Eles esperavam morar em um apartamento mobiliado, mas o local oferecido pela agência de intercâmbio possuía apenas fogão, geladeira e dois colchões infláveis, que precisaram ser divididos entre os quatro rapazes. "Montamos o apartamento com móveis que achamos na rua. Felizmente, os americanos costumam deixar ao lado do lixo os móveis que já não querem mais", conta Diego.

O jornalista Alessandro Azevedo também teve problemas com a moradia durante o tempo que passou nos Estados Unidos. "Fui parar em uma casa no subúrbio de Chicago, onde moravam outros sete estudantes. O casal de proprietários ficava fora o dia todo e o lugar era uma bagunça, completamente imundo", relata.

Segundo ele, antes de viajar, a escola pediu que fosse preenchida uma ficha, onde ficou registrado que ele era alérgico a diversos fatores. Ainda assim, Alessandro precisou dormir em um cômodo que não havia passado por nenhum tipo de limpeza. "Meu quarto era embaixo da escada, como o do Harry Potter, e eu tinha crises alérgicas todo dia por causa da rinite", diz.

De acordo com ele, a agência do Brasil foi procurada e afirmou que não poderia ajudar. "Disseram que eu teria que resolver tudo por lá, então, conversei com a direção da escola, mostrei fotos, eles vistoriaram a casa e me mudaram de lugar", afirma.

Prevenção
Para Lyse Allegrini, diretora comercial de uma agência de intercâmbios de Sorocaba (SP), a escolha do serviço que vai fazer a intermediação entre os dois países é fundamental para que tudo saia dentro dos conformes. "Antes de tudo, é preciso verificar se a agência é associada à Belta, que é o órgão que regulamenta o sistema de intercâmbio no Brasil", diz.

A busca pelas referências da empresa também é uma ótima maneira de se prevenir esse tipo de problema. "É importante que o consumidor consulte o site do Procon para verificar se a agência existe e se há reclamações contra ela. Conversar com pessoas que já utilizaram o serviço também é fundamental", afirma o diretor do órgão em Jundiaí (SP), Antônio Giaretta.

Outra forma de evitar dores de cabeça fora do país de origem é estar ciente de todos os detalhes antes de embarcar. "Ninguém deve viajar sem saber onde vai ficar. Nós costumamos entregar um guia com todos os serviços, telefones de emergência e contatos da coordenação de intercâmbio do país de destino, até porque, a maior parte das pessoas que procuram nosso serviço nunca esteve fora do Brasil", conta Lyse.

Mesmo com todas as recomendações, caso o intercambista ainda encontre problemas, Giaretta recomenda que tudo seja documentado. "É preciso suportar a situação, pelo menos até que tudo seja fotografado. Se enviadas por e-mail para a família no Brasil, essas provas podem servir para que o Procon exija ressarcimento", explica o diretor.

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