A água na Assessoria chegou a 20 centímetros. Os trabalhos ficaram paralisados por três dias e a banca de avaliação foi adiada em uma semana, de acordo com a agenda dos professores. Talita Sales, responsável pelo intercâmbio para Ásia, Oceania e América do Norte, diz que o que piorou a situação foi o tempo muito curto entre a resposta das universidades e o prazo para envio da documentação dos estudantes.
Na última segunda-feira, estudantes selecionados escolheram as universidades de destino de acordo com oferta de vagas. A resposta definitiva deve acontecer em um mês, quando as universidades estrangeiras responderão as cartas enviadas pelos estudantes da UnB. Na INT, professoras responsáveis pelo intercâmbio afirmam que risco de ter uma carta negada é pequeno. Alguns alunos, contudo, ainda reclamam de falhas no transcorrer do processo.
Além dos atrasos, os estudantes também se queixam dos critérios de seleção. Para eles, os critérios não avaliam perfil do estudante e são injustos quando comparam o Índice de Rendimento Acadêmico (IRA) de um aluno de humanas com um de exatas.
Ana Flávia Granja, professora chefe na INT, responde que as possíveis injustiças são aplacadas devido aos diversos critérios avaliados pela Assessoria. “Tem várias outras questões: alguns cursos oferecem PET (Programa de Educação Tutorial) outros não; alguns cursos tem iniciação científica e outros não”, exemplifica a professora. A ideia para o futuro é montar uma banca de seleção com professores de diferentes unidades acadêmicas para melhor avaliar os processos de cada departamento. Atualmente, os processos são avaliados por três pessoas da assessoria internacional que trabalham com intercâmbio, por ela e por professores convidados.
Outra queixa dos estudantes é que no momento da escolha da universidade, algumas instituições que constavam no edital não estavam mais disponíveis. “A universidade parceira a qualquer momento pode desistir de receber os alunos do intercâmbio e isto acaba gerando uma expectativa maior do que deveria”, afirma a estudante de Relações Internacionais Isabela Pereira Cunha.
A estudante do sétimo semestre, classificada em primeiro lugar no edital francês, só conseguiu a vaga na universidade Sciences-Po após ligar na INT e solicitar uma vaga na instituição, porque a Assessoria perdeu o prazo da inscrição. A aluna também diz não saber onde está o limite entre os trabalhos da INT e as responsabilidades das universidades parceiras. “São processos complexos”, afirma Isabela.
A greve do ano passado também influenciou nos processos de intercâmbio. Os alunos de universidades parceiras além de três meses sem aulas, voltaram para o país de origem sem o currículo concluído. A decisão das universidades foi então não negociar mais com a UnB. Talita também explica que, como o semestre começou atrasado, eles perderam algumas parcerias, mesmo pedindo expansão de prazo para as universidades.
Correções no edital
Em 2011, a Assessoria consolidou as vagas das universidades parceiras em um grande edital, ao contrário dos anos anteriores quando era disponibilizado aos alunos mais de 50 editais diferentes. A ideia não é nova e várias universidades fazem isto, como a UFMG. Um edital único, no entanto, não engloba detalhes das universidades. Durante o processo deste semestre, o edital foi retificado duas vezes quanto ao status das universidades parceiras, mudanças na pontuação e no peso dos pontos. As mudanças resultaram em reclamações dos alunos.
Fonte: http://www.fac.unb.br/campusonline/mundo-academico/item/1022-alunos-de-intercambio-elegem-seu-destino
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